quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vassalagem aos senhores de Lisboa



8 de Maio de 2016. Dia negro para um clube centenário como o Club Sport Marítimo. Dia de prestar vassalagem aos senhores da capital, dia de humilhação total na própria casa. Os sócios do Marítimo não são bonecos, os sócios desta instituição centenária pensam pela sua própria cabeça e nem todos precisam de um suposto “grande” para se vangloriarem de feitos que, no final das contas, valem zero. Neste dia foi possível ver adeptos adversários devidamente trajados na nossa própria bancada central, que devia ser exclusiva para os sócios maritimistas, algo totalmente impensável nos estádios desses clubes a quem não nos importamos e parecemos até gostar de prestar vassalagem. 

Sentir-se uma minoria na própria casa não devia ser sinal de satisfação, mas pelos vistos vai ter continuidade no dia 2 de Dezembro (http://www.csmaritimo.org.pt/index.php/futebolnoticias/newsequipaa/1747-bancada-poente-reservada-exclusivamente-para-adeptos-verde-rubros-no-jogo-com-o-benfica). Black Friday? Talvez seja essa a melhor expressão para o que se vai passar nesse dia. E não é pelos fantásticos descontos, é mesmo por ser um dia em que vamos vender mais uma vez a nossa alma, a alma verde-rubra. O objetivo é vender uma bancada, ou três e empurrar os sócios maritimistas para a mais recente bancada, tal como se fosse um sector visitante. Ou seja, vamos ser visitantes num estádio que só por meto acaso tem o nosso nome e ainda vamos chegar ao cúmulo de ter benfiquistas nesta bancada, apesar dos pedidos para que tal não ocorra. 

Será que vale a pena ter um estádio denominado Estádio do Marítimo, quando tal designação perde todo o sentido pelo menos três vezes por época? Onde está a alma do caldeirão? Onde está a raça de leão do Almirante Reis? Isto não se compra, nem devia estar disponível para venda a qualquer preço. Temos orgulho e queremos sentir-nos em casa no nosso próprio estádio. É pedir muito? Este estádio não pode ser nosso apenas contra o Arouca, Paços de Ferreira, ou Belenenses, só para dar alguns exemplos. Tem de ser nosso nos 17 jogos em casa que temos por temporada, tem de ser a nossa fortaleza. 

Não aceitamos ser ridicularizados na nossa própria casa. Não aceitamos ser humilhados no nosso caldeirão. À direcção do clube exigimos RESPEITO e isso não é negociável.

domingo, 6 de novembro de 2016

Dyego Sousa: 9 meses de castigo



Antes de mais, não queremos ser mal interpretados e começamos por esclarecer: as agressões devem ser punidas. Este princípio não deverá estar acima de nada ou de ninguém. No entanto, também somos de opinião de que os castigos deverão ser aplicados de forma exemplar e justa.

E é de justiça que queremos falar. A justiça tem um princípio de cegueira – não porque não consiga ver, mas porque deve ser aplicada de igual forma, independentemente dos intervenientes.

Dyego Sousa agrediu um árbitro auxiliar e como tal tem de ser castigado em conformidade com os seus actos, disso não tenhamos a menor dúvida. Julgamos que o próprio também já estava a contar com isso. No entanto, o conceito de justiça cega não está a ser aplicado. E é por isso que denunciamos. 

E denunciamos o caso desde início: vivia-se a pré-temporada e num jogo treino entre o Marítimo e o Tondela, Dyego Sousa, que já estava no banco, decidiu reclamar de uma decisão da equipa de arbitragem foi confrontar o auxiliar, encostando-lhe a mão na cara, acabando por afastá-lo de forma bruta e agressiva. Todas as notícias relatadas na altura davam conta de um murro, de um soco, de uma agressão selvática. Falaram também de uma garrafa de água atirada (aqui podemos dar ao benefício da dúvida, pois as imagens podem simplesmente não ter filmado essa cena – mas pode ter acontecido  - não sabemos. E não sabemos porque a fonte – que  neste caso, são media (doravante designados por merdia) - não são de fiar. Deram conta de um soco que não aconteceu. Relataram pois uma mentira. São uma merdia).

Ainda ontem à noite, a TVI24 (uma merdia de televisão) relatou o caso em 30 segundos, sem sequer se dignar a mostrar as imagens da cena. Ai se fosse com um estarola… já tínhamos 30.000 repetições, 15.000 zooms e 60 horas de emissões consecutivas a escalpelizar o caso. 

Mais do que os merdia, é de vomitar até as tripas ao sabermos da decisão tomada: 9 meses de castigo. Relembramos o caso do Luisão. Apanhou dois meses e multa de 60 mil euros em situação idêntica. Dispam as camisolas e reflictam. Não sejam uma merdia.

Fica o vídeo e sejam justos e objectivos nas vossas análises. E comparem o castigo aplicado ao Dyego com outros casos em todo o mundo. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Liga NOS 2016/2017: Arouca- 1 / Marítimo- 0



Mais uma deslocação pelo rectângulo, desta feita à longínqua cidade de Arouca. Já tínhamos sido avisados que a ligação entre a A1 e Arouca é penosa, não tanto pelo número de quilómetros (ida e volta são 600 e qualquer coisa), mas pelo tipo de traçado, que faz lembrar a Madeira há 25 anos atrás. Mas, como em tudo na vida, quando se quer muito… tudo se faz.

Com esta noção em mente, lá saímos de Telheiras (mais uma vez o Kaffa serviu de ponto de encontro e local para abrir a pestana com a cafezada da praxe) por volta das 9 da manhã. Como o café não tinha cumprido o seu papel, decidimos parar na estação de serviço de Santarém para mais uma injecção de cafeína (pelo menos o desgraçado do condutor, porque os demais decidiram que o mais indicado seria carregar o carro com o cereal mais bebido do mundo. Cevada não faltou, como habitual). 

Tivemos oportunidade de nos cruzarmos com a claque do Cova da Piedade, que estava a caminho da Covilhã (um autocarro de turismo cheio de adeptos). Gente simpática. Fizeram questão de nos desejar boa sorte, menos para os jogos contra o… benfica. O biclubismo mostra-se em terras escalabitanas, vindo da margem Sul do Tejo. A noja de sempre, portanto.

Mesmo com o auxílio do GPS e do co-piloto, foi já por volta das 12h45 que chegámos a Arouca: a viagem demorou mais um pouco, pois a cevada em estado líquido obriga a várias visitas ao WC, nem que não seja numa berma qualquer… 

A cidade fica localizada no centro de um vale, rodeada por montanhas. Muito bem arranjada, estava a viver-se a Festa Anual da Castanha, o que nos proporcionou animação extra num Domingo à tarde. O almoço, no entanto, teve de ser rápido, mas comeu-se muito bem. Infelizmente não foi possível experimentarmos a famosa carne Arouquesa, mas a francesinha estava óptima. 

A uma hora do início de jogo, não se via praticamente ninguém nas imediações do estádio. Poucos adeptos, onde mais uma vez o biclubismo bacoco se fez notar: um tipo que foi ver o Arouca – Marítimo, envergando a camisola… do benfica. Mais uma vez, tudo normal, nada saloio. A entrada em campo deu-se sem sobressaltos e os Fanatics - claque sempre presente nas nossas deslocações – tiveram oportunidade de estrear uma faixa nova (a tal que tinha sido impedida de entrar na Figueira da Foz, no embate a contar para a Taça de Portugal contra a Naval 1º de Maio). Estreia pouco feliz da faixa, mas de realçar a aplicação de uma nova técnica para que a faixa pudesse estar presente sem grandes chatices. Querem saber como é? Pois bem, venham connosco!

Quanto ao jogo… sim, no meio de tudo isto há um jogo. Os 90 minutos mostraram muito pouco futebol, com poucas oportunidades de parte a parte. Parecia que ninguém queria perder o jogo. A estratégia das duas equipas foi demasiado nesse sentido: Ganhar não é importante. O melhor é mesmo não perder. Quando assim é, o espectáculo torna-se pobre, maçador e previsível. O que nos valeu foram dois membros da claque do Arouca, que a cerca de 5 metros de nós (sem qualquer tipo de obstáculo físico a separar-nos) berravam A-ROU-CA de 15 em 15 minutos. Independentemente do tipo de apoio, mostraram enorme fair-play.

Com o jogo já a caminhar para final, Maurício (um dos nossos melhores centrais) atrapalhou-se com a bola e entregou a bola a Mateus. Gottardi ainda defendeu, mas Walter encostou para golo. Só com um lance deste estilo (ou de bola parada) poderíamos ver golos num jogo tão pobre. Até final pouco mais se viu. 

A destacar a exibição (mais uma vez) de China. O madeirense está cada vez mais a justificar a aposta e continua a evoluir e a mostrar confiança. Subiu algumas vezes no terreno, fintou, cruzou, tentou o remate, mostrou ter um sentido de posição dentro do terreno de jogo acima de média, o que lhe permite antecipar vários lances de perigo. Um mimo!

Fransérgio: O capitão não sabe jogar mal. Muito embora o meio campo não tenha estado bem, o melhor deste sector foi o brasileiro. Recuperou várias bolas, mas a nível do passe, não estava nos seus dias.

Maurício: Que ingratidão! Esteve sempre seguro, simplificou processos e mostrou calma quer nas marcações, quer nas dobras. O lance aos 82 min mancha a sua actuação e sinal disso foi o seu isolamento dos seus colegas já depois do jogo. Levantar a cabeça, pois os erros acontecem a todos!

Dyego: Garra, esforço, vontade e… pouco mais. Acabou por estar ao nível da equipa: desinspirado, mas não pode ser acusado de falta de empenho.

Daniel Ramos: Já não rima com 3 pontos, mas não é por isso que passou a não ter valor. No entanto, somos de opinião de que lê o jogo com algum atraso: tal como em Setúbal, as substituições tardaram. Empatar em Arouca não é bom (sem desprimor pelo adversário, mas a verdade é que eles ocupavam o último lugar da tabela). Pedia-se um pouco mais de ambição. Mais uma vez alguns jogadores deram sinais de cansaço: Bessa não aguenta os 90 min, o Edgar Costa ainda não está ao seu nível…

Embora ninguém tivesse sido premiado com nenhuma camisola para recordação, a nota de destaque foi o reconhecimento de todo o plantel, que fez questão de agradecer o apoio aos cerca de 30 maritimistas que marcaram presença.

Já após final do jogo, tivemos oportunidade de cumprimentar a família do Xavier (sempre muito simpáticos, fazem sempre questão de nos falar) e de saudar o avançado Brito, que ainda nos deu dois dedos de conversa. 

O regresso a casa deu-se já pelas 23h00. 

Imagens do jogo: